data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Apesar da pandemia decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em função do aumento expressivo de casos do novo coronavírus (Covid-19) ao redor do mundo, o movimento de pessoas no centro de Santa Maria, aparentemente, não sofreu alterações. Na tarde de segunda-feira, o fluxo de pessoas no Calçadão era normal. Contudo, comerciantes estão preocupados com o avanço da doença no país.
Movimento atípico era visto na segunda dentro das farmácias, onde centenas de pessoas buscavam um dos produtos mais eficazes na hora de fazer a higiene das mãos para tentar não entrar em contato com o vírus, o álcool gel - que passou a fazer parte de muitos lares durante o surto de H1N1, em 2009. A reportagem percorreu todas as farmácias do Calçadão e em nenhuma delas havia o produto. Em uma drogaria da São João, na tarde de domingo, chegaram 250 unidades. Contudo, todas já haviam sido vendidas.
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A advogada e corretora Carla Ludtke foi bem sucedida na procura. Entretanto, ela recorreu ao supermercado para conseguir achar álcool gel.
- Saí das minhas atividades normais do dia a dia para procurar. Nas farmácias está muito difícil, então acabei indo aos mercados - explicou Carla, ao pegar os dois últimos frascos que haviam na prateleira.
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Não é apenas de álcool gel que os gerentes de supermercados sentem o aumento na procura. Segundo Adriano Rodrigues, responsável pelo Hipo Supermercado, da Rede Super, o movimento foi intenso durante a segunda-feira pelos mais variados produtos. Tudo em função do medo das pessoas em faltar alimento nas gôndolas.
- A procura está muito grande. Pedimos mais álcool gel e vai chegar. Sobre os outros produtos, notamos um aumento no movimento, e tende a ser cada vez mais - projeta Rodrigues.
No Hipermercado Big, a movimentação no corredor dos materiais de limpeza chamava a atenção de quem passava pelo local na tarde de ontem. Clientes comentaram que o álcool gel está em falta há vários dias e funcionários confirmaram que aguardam, para hoje ou amanhã, carregamento de reposição. A reportagem também conferiu o setor de perfumaria, mas também não havia mais produtos à base de álcool.
No comércio, ao contrário dos supermercados e das farmácias, a tendência é de que o movimento diminuía cada vez mais, principalmente depois da suspensão de atividades em escolas e universidades. A presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Marli Rigo, destaca o que isso pode impactar na economia local:
- É uma coisa que não se pode nem imaginar. Já, há mais de semanas, houve uma redução muito grande nas vendas. O que vai acontecer se o comércio fechar? Vai ter desemprego. Não tem como pagarmos as contas.
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Apesar de Santa Maria não ter, até agora, registrado nenhum caso de Covid-19, as lojas estão providenciando álcool gel para deixar o cliente mais tranquilo na hora de comprar.
Adriano Saldanha, gerente de uma loja da ótica Santa-Mariense, no Calçadão, destaca que outra orientação passada aos funcionários é ter o menor contato possível com os clientes.
A prefeitura de Santa Maria não realizou nenhuma orientação para que o comércio feche as portas na cidade. Entretanto, o Executivo destaca que entregará panfletos e cartazes informativos para a população, principalmente em veículos do transporte público, Estação Rodoviária, Aeroporto Municipal, Theatro Treze de Maio, órgãos de segurança, além de shoppings, hotéis, agências de turismo e comércio em geral.